Todas as outras coisas têm de ter mudado
têm de ser diferentes
no momento em que apareces
mais do que nunca igual a ti
apanhando-me de surpresa
na minha diferença
na minha idade
muito depois de eu ter
deixado de
acreditar em ti
chegado ao
fim da esperança
o que nem sequer foi
a primeira das mudanças
quando imaginei
que estava a esquecer-te
nem sequer precisavas de memória
para permaneceres lá
permitindo que os anos desaparecessem
as milhas se afastassem
nada de surpreendente nisso
mesmo o desejo
não precisa de memória
para saber o que procurar
e nada te surpreende
a ti que estavas sempre lá
onde quer que fosse
para além da crença.
Deixe um comentário